Encontrar fornecedores qualificados é um dos maiores desafios da área de compras. Isso porque, acostumadas a pensar
prioritariamente em savings (o que ainda são extremamente relevantes), as empresas dificultam uma mudança de olhar dos profissionais
que atuam nesse departamento e a busca por novas soluções, capacidades e conhecimentos.
“As companhias necessitam de uma área de compras mais analítica, mais atenta às necessidades do negócio, capaz de trazer soluções para os seus problemas, e que gere cada vez mais valor para o negócio, beneficiando os acionistas e os clientes. Este processo não é simples e muitas não sabem como fazê-lo”, comenta o consultor Leonardo de Assis Santos, da CADARN, consultoria carioca especializada em Inteligência de Mercado, ao listar os principais desafios atualmente enfrentados nessa área.
Outra questão, segundo ele, é a própria estrutura e cultura organizacional da empresa que não coloca a operação de compras como algo estratégico à competitividade da organização.
Santos entende que não há uma solução única indicada para gerenciar o processo de compras. Mas, na opinião dele, ferramentas de fornecimento de dados e indicadores de mercado e custos como o COSTDRIVERS e de Data Analytics como o Cortex podem ser de grande auxílio na mudança de postura dos que atuam nesse departamento.
Leia a seguir a entrevista do consultor da CADARN.
COSTDRIVERS – Qual principal desafio enfrentado hoje pelas empresas na área de compras?
Leonardo de Assis Santos – Há muitos desafios para a atividade de compras nas organizações. Entretanto, considero que a mudança nas exigências sobre o trabalho e qualificações da área sejam as maiores para as empresas e para os profissionais. O ambiente em que as companhias estão inseridas é cada dia mais complexo com o crescimento dos relacionamentos na cadeia, a disponibilidade de informações e a velocidade de suas trocas e a elevação da concorrência que é cada vez mais global e diversa, vindo não só do seu setor, mas de segmentos corretados, com novas tecnologias. A empresa necessita de uma área de compras mais analítica, mais atenta às necessidades do negócio, capaz de trazer soluções para os seus problemas e que gere cada vez mais valor para o negócio, beneficiando os acionistas e os clientes.
Um outro desafio que considero muito relevante é a dificuldade de encontrar fornecedores qualificados. Infelizmente, temos uma baixa densidade de empresas para prestação de alguns serviços e ofertas de produtos e muitas vezes os que existem não são devidamente qualificados. Muitas acabam por incorporar funções não core pelo baixo desempenho de suas fornecedoras o que gera investimentos, recursos e tempo que poderiam ser empregados de forma mais produtiva dentro da organização.
COSTDRIVERS – Há uma ferramenta mais apropriada para gerenciar processos de compras?
Leonardo de Assis Santos – Os processos de compras são um tanto complexos e não verifico uma ferramenta única como solução ao seu trabalho. A empresa vai continuar necessitando de um ERP para agregar informações, mas ferramentas de fornecimento de dados e indicadores de mercado e custos como o COSTDRIVERS e de Data Analytics como o Cortex podem ser de grande auxílio nesta mudança de postura da área de compras. A plataforma COSTDRIVERS contém muitas informações sobre diferentes setores e ajuda muito no processo de monitoramento
da evolução de custos das categorias facilitando os processos de negociação e revisão dos contratos. O Cortex ajuda a trabalhar dados internos e externos à organização possibilitando uma visão mais analítica sobre o desempenho da área de compras e sobre como esta gera valor para a organização. A empresa precisará continuamente trabalhar com conteúdo, dados, indicadores para tomada de decisão e ter plataformas que possibilitam este processo de forma rápida com certeza tornaram este processo mais dinâmico e capilar dentro da organização.
COSTDRIVERS – Quais os principais processos de busca de fornecedores disponíveis hoje no mercado?
Leonardo de Assis Santos – Há diversas formas de se estruturar uma vendor list, mas acredito que a melhor delas é conversando com especialistas de mercado, consultores e empresas que não necessariamente são do seu setor, mas compram os mesmos produtos e serviços, sua demanda concorrente qualificada. Este é um grupo de pessoas que têm experiência, relacionam-se com as empresas, utilizam estes produtos e serviços, ou seja, possuem informações úteis para a formação de um grupo interessante de empresas para atendimento. Há serviços e plataformas de aglutinação de fornecedores no mercado, mas ainda não atendem a todas as categorias de produtos e serviços e há um enorme gap para serviços profissionais e técnicos de maior valor agregado.
COSTDRIVERS – E os critérios mais indicados na escolha de fornecedores qualificados? Quais seriam?
Leonardo de Assis Santos – Depende muito da categoria a que estamos nos referindo, pois há uma diversidade grande de aspectos que poderiam ser considerados para se escolher uma empresa para ser uma fornecedora potencial de um cliente. Há coisas que são fundamentais, tais como qualidade do produto/serviço; nível de serviço; prazos e qualidade de atendimento; sanidade financeira da empresa; portfólio de
clientes; e regularidade fiscal e trabalhista. Há elementos, porém, que podem ganhar importância dependendo do setor como, por exemplo, capacidade de inovação no setor de tecnologia, capilaridade no território para serviços logísticos; custos de serviços de manutenção para alguns itens capital intensivo; qualidade e limpeza das instalações para produtos alimentícios, entre outros.
COSTDRIVERS – Em que casos seria recomendável utilizar sistemas próprios de análise de custos?
Leonardo de Assis Santos – Em todos os casos. A realidade é que a relação preço/valor é determinada principalmente pelo mercado e o controle de seus custos acaba sendo a melhor forma de você trabalhar a sua margem e rentabilidade, se a empresa não adota ferramentas adequadas para realizar esta avaliação corre sérios riscos de perder competitividade nos segmentos em que oferta seus produtos e serviços. Como diria um gestor do 3G «custo é igual unha você não pode deixar evoluir demais senão você se machuca». As empresas acabam se dedicando muito a vendas, pois é o que faz a faz crescer, atingir a novos mercados, mas se a empresa não tem uma boa gestão de custos pode ter problemas de rentabilidade/competitividade comprometendo a sustentabilidade do negócio.