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16/06/2016
4 min de lectura

Busca da indústria por energia competitiva vai puxar eólicas

São Paulo – A demanda de indústrias locais por energia mais barata e limpa continuará estimulando a criação de parques eólicos no Brasil. Mas essa ampliação também depende da retomada da atividade econômica. «O aumento da autogeração por eólicas não está tão forte agora porque a atividade produtiva das empresas está ruim. Mas a autogeração dessa fonte se mantém como uma tendência forte para indústrias do setor automotivo e de bebidas, para citar alguns exemplos», disse a presidente da Associação Brasileira de Energia
Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum. Segundo ela, com economistas prevendo os primeiros sinais de retomada da economia brasileira a partir do final do próximo ano, projetos de energia eólica podem voltar já no segundo semestre de 2017. O vencimento de contratos de fornecimento de energia também pode estimular a construção de novos parques eólicos, acredita a diretora da consultoria Thymos Energia, Thais Prandini. «A melhora da economia ajuda bastante, porque tende a elevar os preços da energia, tornando a autogeração mais atrativa. E o vencimento de contratos de fornecimento pode abrir uma janela para os consumidores avaliarem o investimento em um parque próprio», observou ela. A energia eólica é, atualmente, a segunda fonte mais competitiva no Brasil, atrás apenas da geração hídrica. Thais ressaltou que as empresas com autogeração não ficam expostas as regras de racionamentos de energia, oscilação nos preços e têm benefícios em relação aos encargos setoriais. A energia eólica gerada e consumida pela própria empresa fica isenta de encargos como a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). Fonte limpa O cumprimento de metas de sustentabilidade também estimula a adoção dessa fonte. A Honda inaugurou em 2014 um parque eólico em Xangri-Lá, no litoral do Rio Grande do Sul, com nove turbinas para atender a demanda da fábrica instalada em Sumaré (SP). «A substituição da energia eólica pela hidráulica na unidade brasileira foi uma forma de cumprir as metas de redução de gás carbônico (CO2) estipuladas pela nossa matriz», contou o presidente da Honda Energy, braço da empresa para gerir o parque, Carlos Eigi. A meta das unidades da Honda em todo o mundo é reduzir 30% das emissões de CO2 até 2020. Com o parque eólico de Xangri-Lá, a Honda Brasil já atendeu esse objetivo. O executivo citou o interesse da empresa em construir um novo parque, para suprir a necessidade de energia da nova fábrica, localizada em Itirapina (SP). Mas enquanto o mercado local não der sinais de recuperação, o novo projeto para autogeração da Honda Energy segue parado, assim como a fábrica. «Já adiamos a inauguração da fábrica de Itirapina, porque o mercado não está mais consumidor, mas estamos rezando para a economia voltar», afirmou ele. A unidade de Itirapina está pronta para funcionar, mas o local para instalação da nova usina eólica não foi definido. De acordo com ele, as buscas por uma localidade têm sido feitas principalmente na Região Sul. Norte e Nordeste não foram descartadas, mas dependem de infraestrutura adequada. «O Nordeste tem ventos melhores, mas optamos pelo Sul ao construir o primeiro parque pela estrutura que a região oferece.» Na avaliação de Elbia, da Abeeólica, o Nordeste não perderá o protagonismo na geração eólica porque a qualidade dos ventos é melhor, mas ela não descarta o desenvolvimento de parques em outras regiões. «Dependerá muito da avaliação dos investidores. Em São Paulo, por exemplo, a qualidade dos ventos não é tão boa, porém é mais fácil acessar a rede de transmissão», ponderou ela. Financiamento No parque eólico de Xangri-lá, a distância até a linha de transmissão conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), pesou na decisão dos executivos ao realizar o projeto. «Cada quilômetro de linha para conectar o parque à subestação local exige cerca de R$ 600 mil em investimentos. Estamos a 1,2 quilômetro da subestação, mas no Nordeste a distância seria de 30 quilômetros», destacou Eigi. A construção do parque eólico da Honda consumiu R$ 107,5 milhões, financiados com recursos da própria empresa e equipamentos importados. De acordo com a dirigente da Abeeólica, o caso da Honda é uma exceção, porque a maior parte das empresas que investem em autogeração precisa financiar o projeto com recursos de terceiros. «Existem linhas de financiamento específicas para estimular a expansão das eólicas e, para isso, é necessário atender a exigências de conteúdo local e a cadeia de fornecedores já está pronta para essa demanda», lembrou Elbia. Apesar dos facilitadores, a Renova Energia, uma das principais empresas de geração de energia renovável do País, anunciou nesta terça-feira (14) o cancelamento de um contrato com a Cemig GT para a entrega de 25 parques eólicos na região de Jacobina (BA). A Cemig é uma das controladoras da Renova. Com capacidade instalada de 676,2 megawatts (MW) e entrada em operação prevista para 2019, o término do contrato faz parte da estratégia da Renova para reduzir dívidas. «A decisão da Renova não afeta as previsões do setor, porque esses parques iriam gerar energia para o mercado livre e não o regulado, no qual nos baseamos», observou Elbia. Ela lembrou que o desenvolvimento dos parques eólicos para autogeração ajudem na expansão do setor, mas o mercado regulado – com energia contratada a partir de leilões – ainda responde pela maior parte da produção. No final deste mês, a geradora de energia Voltalia inaugura, em parceria com a Chesf e a Encalso, um complexo eólico na Serra do Mel (RN), com capacidade para 93 MW e 31 turbinas para comercialização de energia.
DCI – 16/06/2016
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