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22/03/2016
2 min de lectura

CPFL Energia vê como necessária uma consolidação na área de distribuição

A consolidação do setor de distribuição de energia «é necessária e deve ocorrer» e a CPFL Energia avalia oportunidades, o que inclui os ativos da AES Sul, afirmou ontem o presidente da companhia, Wilson Ferreira Junior, em teleconferência com analistas.
Ferreira destacou que a concessão que a CPFL tem no Rio Grande do Sul, a RGE, é a mais eficiente da região, fazendo com que a empresa tenha um posicionamento bom no estado em que fica a AES Sul. «Entendo que sim, são ativos que farão sentido no processo de crescimento da companhia, desde que respeitada a disciplina financeira da companhia», disse ele. Segundo o executivo, as condições colocadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para renovação das concessões de distribuição de energia, como a exigência de cumprimento de uma série de critérios de qualidade e financeiros, já reforçam esse cenário de consolidação. Sobre a Celg D, que deve ser leiloada em breve, o preço colocado foi considerado elevado.

 

Segundo Ferreira, a distribuidora goiana é um ativo localizado em um mercado muito bom, mas tem um desempenho operacional pior do que o das distribuidoras do grupo. O múltiplo de avaliação do preço da Celg D, porém, foi muito maior quando estabelecido o preço do leilão. «Verificamos que não sabemos e aparentemente os analistas também não sabem o porquê do preço ter sido colocado assim», disse Ferreira. Para ele, será possível entender melhor como se dará o processo de venda das demais distribuidoras da Eletrobras depois de compreenderem o preço da Celg D. No setor privado, ele aposta em um processo de consolidação das distribuidoras, especialmente as que não conseguirem ter o desempenho estabelecido pela Aneel para a renovação das concessões.Questionado ontem por analistas sobre as oportunidades de compra de ativos, Ferreira destacou que «a marca do grupo é ser financeiramente disciplinado». «Temos condição melhor, mas não abrimos mão da disciplina», afirmou. «O momento é do comprador no sentido em que os preços dos ativos devem diminuir e obviamente seremos atentos a isso, mas continuamos atentos com a disciplina», disse. A CPFL prevê investimentos da ordem de R$ 2,1 bilhões para 2016, incluindo distribuição e geração. Para os próximos cinco anos, o plano de investimentos é de aproximadamente R$ 8 bilhões. A companhia divulgou queda de 40,6% na comparação anual no lucro apurado no quarto trimestre de 2015, para R$ 304,2 milhões. A receita da companhia recuou 8,7% de outubro a dezembro, para R$ 4,79 bilhões. 
Valor Econômico – 22/03/2016
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