A economia mundial vem apresentando números positivos desde o final de 2008, quando a crise econômica foi vencida. Apesar disso, instituições internacionais alertam que o mundo pode entrar em uma nova crise, com o PIB Global, em 2019, mantendo-se estável ou apresentando ligeira queda de 0,2%.
Diversos fatores são citados para justificar essa possível queda, mas um deles chama a atenção: a tensão comercial entre Estados Unidos e China que pode contribuir para um colapso econômico mundial. Problema já sentido em 2018, quando a economia global teve a menor evolução de acordos econômicos nos últimos 30 anos.
O impacto dessa diminuição nas negociações comerciais já é sentido pela comunidade internacional, já que o nível de exportações não tem acompanhado a produção global. Isso demonstra um grau de protecionismo não visto em anos anteriores. A guerra comercial e cambial entre os dois países trará impacto para todo mundo, e o Brasil, obviamente, não está alheio ao que acontece lá fora, principalmente pela estratégia de comercio exterior que ainda não mostrou qual é o rumo a ser seguido.
A guerra comercial
As duas maiores economias mundiais: Estados Unidos (PIB de 20,4 trilhões de dólares) e China (PIB de 14 trilhões de dólares), de acordo com o relatório Perspectiva Econômica Mundial, do Fundo Monetário Interacional (FMI), travam uma guerra comercial e cambial em que impuseram sobretaxas em diversos produtos importados por seus países, e que já afeta a economia mundial.
Para o FMI, as taxas maiores tendem a reduzir o comércio entre os dois países e, assim, podem elevar o preço dos insumos nos Estados Unidos, aumentando custos e reduzindo o lucro das empresas norte-americanas que dependem de componentes chineses em até 15%, o que pode representar uma queda de 0,8% no PIB dos Estados Unidos.
Por outro lado, para os chineses, o impacto comercial pode ser ainda maior. O país depende de taxas de crescimento muito altas para sustentar sua economia (em torno de 6,5% ao ano, de acordo com o Bando Popular da China). Com a guerra em andamento, o FMI estima que o PIB chinês pode cair em até 1%, impacto que pode gerar um resfriamento na economia global, que deve afetar diretamente o Brasil, que fornece insumos para a produção chinesa e depende do investimento estrangeiro para manter as contas positivas
O setor de resinas plásticas em 2019
A guerra comercial entre China e Estados Unidos também afeta diretamente o setor, com a China anunciando tarifas que variam entre 5% a 25% para diversos tipos de resinas. Em outra frente, os países membros da OPEP e a Rússia pensam em diminuir a produção de petróleo para forçar um aumento nos preços, ao mesmo tempo que existe uma perspectiva de aumento na produção nos Estados Unidos. Junte-se a isso, as sanções impostas ao Irã e o mercado deve sofrer um grande impacto em relação à oferta de petróleo em 2019.
No Brasil, a Braskem, líder mundial na produção de biopolímeros e maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, divulgou queda nos preços de PE e PP de 5% a 10%, respectivamente, em novembro de 2018, refletindo o câmbio e a desvalorização no preço do petróleo.