Em breve, talvez possamos falar em uma divisão do mundo em novas eras: a pré-Covid e a pós-Covid, sendo que, neste segundo período, esperamos encontrar mudanças, tanto sociais quanto institucionais. Com mais empatia e união entre as pessoas, espera-se. E, no mercado, que os negócios sejam geridos de forma mais estratégica, fazendo uso inteligente de ferramentas e tecnologias disponíveis.
Nessa transição, a aceleração da Transformação Digital é justamente o veículo que guiará as empresas. Note que temos em nossas mãos o momento e as ferramentas necessárias para reavaliar e mudar cenários, chegando ao fim da pandemia com melhorias na forma como as cadeias de suprimento são gerenciadas.
Afinal, com a chegada do coronavírus, muitos gestores de Supply Chain sentiram, na prática, o que já vinha sendo alertado há anos por analistas e profissionais do mercado: a organização da cadeia e seus processos precisam ser revistos e repensados, com foco nas estratégias de negócio, expertise dos envolvidos e nas últimas tecnologias. É por meio delas que se tem uma visão completa e integrada da cadeia de suprimentos, que permite identificar onde estão os maiores riscos e atuar promovendo a melhoria.
Quando ocorre qualquer crise que impacta no mercado consumidor, cada componente da cadeia de suprimentos é afetado de uma forma e em tempos diferentes. Assim, as empresas que trabalham com processos digitais têm a capacidade de reduzir consideravelmente esses danos, muitas vezes de maneira preditiva. Portanto, é correto afirmar que o uso de ferramentas digitais em operações diárias (a segunda das três etapas de uma Transformação Digital efetiva) garante mais colaboração, agilidade, otimização e segurança para a organização.
De fato, todo bom gestor do século XXI reconhece e entende a importância de investir em tecnologia, ainda que alguns promovam esse processo de forma mais lenta. Porém, a pandemia de Covid-19 tem mostrado às empresas que aquelas que estão mais adiantadas em tal transformação têm sofrido menos danos com a crise, pois esses investimentos reduzem alguns custos, enquanto permitem a criação de estratégias mais inteligentes de negócio e de marketing. Pensando em Supply Chain, as tecnologias que podem ser de melhor proveito são Big Data, Computação em Nuvem e Internet das Coisas.
O Departamento de Compras
No meio dessa cadeia de suprimentos, que envolve tantos setores, está o departamento de compras, que é impactado tardiamente pela mudança na dinâmica entre oferta e demanda e geralmente sofre grandes consequências. O que se nota é que esse setor ainda tem uma cultura de não fazer uso de estratégias digitais, mesmo que utilize tais ferramentas para atividades do cotidiano. A partir da aplicação adequada da Transformação Digital, o departamento pode atuar de maneira mais ativa dentro da organização e conquistar seu espaço no desenvolvimento do negócio.
É hora de o setor de compras promover estratégias para alcançar, de fato, tal transformação, que é muito mais do que uma mudança do analógico para o digital. Trata-se de uma revisão profunda dos processos em geral e uma identificação do que é fundamental para o trabalho daqueles colaboradores e do que era importante apenas quando eram manuais. Pode-se utilizar a tecnologia para identificar problemas que devem ser resolvidos e para solucioná-los – muitas vezes, antes mesmo de acontecerem.
Estamos falando de algo que poderia ser o diferencial de mercado para qualquer empresa no momento de crise que estamos vivendo, garantindo grandes economias financeiras e valor agregado para os acionistas. Espera-se que a pandemia de Covid-19 sirva como um chamado para que alguns negócios reavaliem a forma como operam com suas cadeias de suprimento, incluindo o departamento de compras, e como investem em tecnologias que podem ser de grande utilidade em momentos futuros de dificuldade de mercado.
