Saiba como o cenário político e macroeconômico vai influenciar os preços no setor de papel e celulose

Chegamos a 2019, ano que marca uma década de expansão econômica mundial e cinco anos extremamente complicado para o Brasil, que enfrentou o período de menor crescimento econômico de sua história. Como esse novo cenário político e econômico deve influenciar o setor de papel e celulose?

Depois de 10 anos de crescimento, é natural que a economia mundial “diminua a velocidade”. Fatores como guerras comerciais, uma possível crise financeira e o ambiente político europeu, agravado pelas ondas migratórias, pairam como uma nuvem de tempestade no horizonte.

De acordo com o FMI, Banco Mundial e Banco Central Europeu, o PIB Global não sofrerá nenhuma mudança brusca em 2019, entretanto, para essas instituições, ele apresenta tendência de queda durante o novo ano, causando apreensão, principalmente, entre países que se mostram dependentes das variações no mercado de commodities para apresentarem crescimento.

O mercado internacional e o Brasil

Durante toda a campanha eleitoral, o então candidato Jair Bolsonaro fez diversas declarações que não foram bem recebidas pela comunidade internacional e por muitos parceiros comerciais. Comentários do Ministro da Fazenda, Paulo Guedes, demonstrando pouco interesse no fortalecimento do Mercosul, que vem discutindo a assinatura de um acordo comercial com a União Europeia, também contribuem para levantar dúvidas em relação a como o país vai se comportar em relação ao comércio exterior.

Outro ponto, que pode trazer benefícios para as empresas, é a possível reforma tributária almejada pela equipe economica. Paulo Guedes tem entre suas propostas a simplificação e unificação de tributos em nível federal, com a criação de um imposto sobre o valor agregado (IVA). O ministro também pretende reduzir o imposto para as empresas dos atuais 34% para 15%, com o objetivo de estimular a formação de novas empresas, reduzir custos e, com isso, reverter mais recursos para o governo.

São propostas vistas com bons olhos por especialistas, entretanto ainda dependem de um estudo mais aprofundado sobre como podem ser implementadas sem que isso afete a arrecadação ou prejudique Estados e Municípios. Ou seja, analisar se é viável economicamente.

Como o país tem grande dependência de investimentos estrangeiros para promover as mudanças essenciais, e desejadas pela equipe do novo presidente, as relações internacionais e bons acordos comerciais são fundamentais para que o Brasil consiga melhorar o quadro econômico, que mostrou leve crescimento em 2018.

Papel e celulose
Por ter boa parte da produção exportada, o setor de papel e celulose é um dos que pode vir a ser afetado pelas políticas de comércio exterior do governo Bolsonaro. Com o câmbio favorável à exportação, o setor aumentou a produção nos últimos anos e,  desde o inicio de 2017, os preços vêm apresentando um crescimento constante.

No último trimestre de 2018, com aumento da demanda, custos de produção em queda e o câmbio desvalorizado, as três maiores empresas do setor no Brasil apresentarem resultados operacionais recordes.

Com a manutenção desse cenário, a tendência é que os preços continuem elevando os índices de preços ao produtor durante boa parte de 2019.

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