Ewerton da Costa Guimarães, Head de Políticas de Compras e Contratações Brasil da Gas Natural Fenosa/CEG, do Rio de Janeiro, entende que a área de compras não deve ser reativa. Ao contrário. Tem que trabalhar proativamente, sempre buscando melhorias de processo e inovações.
“Vivemos hoje um momento de crise e um mercado não favorável acaba forçando mudanças na forma de gestão, de agir, dentro da empresa”, diz o executivo ao justificar o novo modelo de qualificação e homologação de fornecedores que está ajudando a implantar na companhia de gás carioca. A novidade é que esse modelo introduz novos critérios na relação empresa/fornecedor, como por exemplo, o item anticorrupção.
Na opinião de Ewerton Guimarães, “dentro da visão moderna”, o profissional de Compras pode colaborar em qualquer área da empresa. “Temos, sim, que ter esse perfil proativo, de trazer eficiências, principalmente nesse momento. Quem não estava fazendo isso antes vai ter que fazer a partir de agora”.
A seguir, os principais trechos da entrevista concedida por Ewerton da Costa Guimarães.
CostDrivers – O que está mudando na relação empresa/fornecedor?
Ewerton da Costa Guimarães – Temos agora que buscar eficiências operacionais não somente em Compras. Nós profissionais temos o privilégio de ter a visão de todo o negócio da empresa, onde tudo passa pelo setor de Compras. Portanto, um profissional qualificado, bem preparado, pode fazer um grande trabalho não só para a área de Compras, mas para a empresa como um todo, inclusive na área de passivos trabalhistas, que teoricamente é da área jurídica, mas também está afeta à Compras.
CostDrivers – O que prevê o novo modelo de qualificação de fornecedores da Gas Natural Fenosa/CEG?
Ewerton da Costa Guimarães – Estamos introduzindo um novo modelo de qualificação e homologação de fornecedores, um modelo de avaliação de desempenho incluindo novos critérios, como por exemplo, de anticorrupção, critérios relacionados à segurança e saúde. Temos um compromisso muito forte nessa área de segurança e saúde e estamos sendo mais exigentes com as obrigações trabalhistas. O modelo em implantação prevê uma extensa matriz de categorias de serviços e produtos, dotada de 60 itens que devem ser respondidas pelo fornecedor, incluindo a apresentação de documentos, além de visitas que podemos fazer para comprovar essas informações. Nessa etapa vamos até o nosso fornecedor e nessa visita fazemos uma minuciosa avaliação da parte administrativa e financeira da empresa dele, qualidade do serviço e questões ambientais.
CostDrivers – E como os fornecedores estão reagindo a isso?
Ewerton da Costa Guimarães – Há fornecedores conscientes e outros nem tão conscientes assim. Com estes temos procurado conversar para mostrar os benefícios desse novo procedimento. Muitos entendem e estão aderindo. Poucos são os que não aderem. Quando não conseguimos quebrar a resistência, avaliamos a condição estratégica de cada um deles para a nossa empresa e só depois decidimos o que fazer.
CostDrivers – Que tipo de argumento utiliza para quebrar essa resistência?
Ewerton da Costa Guimarães – Não é nossa intenção bloquear, cortar, eliminar esta ou aquela empresa da nossa lista de fornecedores. O nosso modelo de qualificação e homologação é na realidade um diagnóstico gratuito, uma oportunidade que estamos oferecendo, mostrando onde ele tem que melhorar, aperfeiçoar o processo produtivo dele e com isso passar a atender melhor ao mercado de um modo geral e não somente à Gas Natural Fenosa/CEG.
Ewerton da Costa Guimarães
Head of Contracts, Suppliers and Procurement Governance Brasil