Após quatro meses de queda, os preços médios da gasolina começam a dar sinais de recuperação em novembro.
Entre diversos aspectos externos, em nosso país o novo limite de ICMS, a eleição presidencial colocando em possibilidade uma mudança na política de preços e desoneração do PIS/Cofins são fatores que impactam diretamente o preço médio da gasolina.
A diminuição de preços, de 33% entre junho e outubro, teve como principal razão o novo limite da alíquota do ICMS, que passou a ficar entre 17% e 18%. Além disso, o preço do petróleo também apresentou queda nesse período, em torno de 17% em Reais. A partir de outubro, no entanto, o preço do barril voltou a subir, ainda que de maneira tímida, fazendo com que um reajuste por parte da Petrobrás esteja no radar dos agentes econômicos.
A eleição de Lula traz outra discussão à tona, que é a possibilidade de mudança da política de preços da Petrobrás, ventilada pelo novo presidente eleito durante a sua campanha. Há diversas incertezas acerca da viabilidade política, econômica e orçamentária dessa mudança, tendo em vista que o Brasil depende da importação de combustíveis, com preços vinculados ao mercado internacional. Uma tentativa de vincular os preços ao custo produtivo interno pode trazer prejuízos à estatal e onerar o governo.
A pesar de certa indefinição, acredita-se que a desoneração do PIS/Cofins deva se manter em 2023, bem como o novo limite do ICMS, de modo que uma volta desses impostos a partir de janeiro seria uma medida extremamente impopular, que aumentaria sobremaneira o preço da gasolina para os consumidores.
Por: Caíque Ferreira, Economista GEP Costdrivers