No começo de julho de 2020, o Grupo Malwee – uma das maiores empresas de moda do Brasil – lançou a primeira linha brasileira de máscaras e camisetas com tecnologia que promete exterminar o novo coronavírus em questão de minutos. Tanta inovação é resultado, claro, de várias áreas da empresa envolvidas no desenvolvimento de novos produtos, e também da área de Compras que utiliza de estratégias baseadas em dados.
“Hoje, o comprador vai com os dados na mão para negociar. Essa estratégia gera segurança por entender o cenário e as variações econômicas de cada setor produtivo, especialmente em um cenário de incertezas, como a pandemia”, explica Juliana Deoracki, Inteligência de Compras no Grupo Malwee.
Assim como o comprador tem segurança nas negociações, Juliana ressalta que outras áreas, como o Comercial e Estilo, também podem se beneficiar dos dados para planejamento de preços e desenvolvimento de novo produtos.
A criação de uma área de Inteligência de Compras no Grupo Malwee não aconteceu da noite para o dia. Há cerca de três anos, a área tem construído novos processos em torno da análise de dados – o que até mesmo originou a área de Inteligência, liderada hoje por Juliana.
“No começo, nós fazíamos a busca manual de informações e isso, além de tomar 50% do tempo, também não era efetivo. Nós não conseguíamos obter dados relevantes sobre fibras sintéticas, como viscose e poliéster, por exemplo, até mesmo porque o Brasil não é um produtor de destaque. Essa dificuldade e dependência de fontes de dados que nem sempre traziam o que precisávamos nos levou a buscar outras alternativas no mercado”, explica.
Tecnologia
Para obter dados mais completos das matérias-primas necessárias, Juliana e o time de Compras contratam a plataforma COSTDRIVERS. Desenvolvida por um time de especialistas brasileiros, a ferramenta traz dados e indicadores de milhares de matérias-primas permitindo, inclusive, a construção de análises personalizadas para a empresa.
Com o uso de uma plataforma de Inteligência de dados e mercado, a área de Compras da Malwee também passou a trabalhar mais próxima das áreas de Finanças e Controladoria, controlando melhor o repasse dos custos para o produto final.
Outro ponto, destaca Juliana, foi a possiblidade de planejar as coleções – geralmente desenvolvidas 1,5 ano antes de chegarem ao consumidor, já com base em projeções mais assertivas de custos.
Mudança de mentalidade a partir de resultados
Juliana explica que a decisão pela contratação da plataforma de dados veio após a experiência com uma negociação bem-sucedida.
“Quando estávamos testando a ferramenta, tivemos que fazer a negociação com um fornecedor bastante antigo da empresa – e que não havia tido reajuste de contrato nos dois anos anteriores. Nessa negociação, o fornecedor pleiteava um aumento entre 12% e 15%. Com ferramenta, conseguimos demonstrar que a principal matéria-prima daquele fornecedor teve, na verdade, redução. O resultado final foi uma redução final no contrato, e não um aumento”, recorda a executiva.
Para o futuro, Juliana espera que a companhia possa usar outras ferramentas analíticas da plataforma COSTDRIVERS, como a emissão de relatórios personalizados, e o aprimoramento da gestão de contratos. “Já amadurecemos bastante, e ainda temos muitas oportunidades de integração com outras áreas”, finaliza.